Tirar Uma boa nota no GMAT

Você está se preparando para ingressar em uma escola de negócios. Portanto, desde já há aquela vontade de aplicar o modelo do homo economicus introduzido pelos teóricos do liberalismo clássico como Mill e Smith. Logo, você quer tirar a maior nota possível com o menor número de tentativas. Muitos levam isso tão a sério que nem mesmo simulados ou Mock Tests querem fazer antes de pagar a salgada inscrição em dólares do exame e fazer a prova para valer. Brincadeiras à parte: não há fórmula mágica, mas não se preparar adequadamente definitivamente não faz parte das características de quem mais tem sucesso no exame.

E o que é ter sucesso no exame? Ter a maior nota possível? Bem, se o seu objetivo é ingressar em uma escola de negócios muito bem ranqueada internacionalmente, então tirar sim uma nota alta é sempre bastante relevante para qualquer candidatura, mas ela sozinha não é tudo. Application e TOEFL também são muito importantes nessa equação.

E o que acontece se eu tirar uma nota muito abaixo do que eu esperava no GMAT?

O importante é termos em mente para quais escolas o candidato apresenta maior fit (por isso a importância de associar o trabalho de consultoria com o trabalho do TestPrep) e, a partir disso, verificarmos qual a pontuação média da escola almejada.

Se sua nota foi um pouco inferior à média, mas você eventualmente tem características de grupos que sejam considerados subrepresentados ou então se você tem experiência profissionais e extra-curriculares distintas pode ser que você ainda esteja no jogo.

Agora, se você reunir características de grupos considerados super representados, então talvez seja melhor considerar seriamente treinar por mais tempo para alcançar uma nota maior.

O que sempre digo é que: não devemos contar com os critérios de decisão que não estão sob o nosso controle ou responsabilidade. Se você conta com o sorteio na loteria para se tornar milionário, então esteja preparado para um resultado que não seja o que você espera. Agora, se você espera ser milionário estudando e trabalho muito e honestamente, então, acredite, pode demorar bastante, mas você chega lá. 

Muito semelhante é com a sua candidatura: avaliar se você reúne ou não exatamente características de um grupo super ou sub representado ou se sua experiência é distinta em relação às demais candidaturas, que são entregues sem você saber, então o que você está fazendo é buscar depender de algo que não está sob o seu controle.

Claro, trabalhar com um consultor de admissões ajudará a extrair o melhor de você para que os comitês de admissão tenham maior interesse ao se depararem com o seu material diante do mar de candidaturas que chegam todos os anos as Business Schools. Portanto, dedicar esforço e disciplina ao GMAT significa dominar o fator que está sob o seu controle durante a preparação para uma vaga em uma das melhores escolas de negócio do mundo.

Por que o GMAT é importante para as escolas de negócio

O maior desafio dos comitês de admissão é a seleção de alunos que sejam capazes de acompanhar e utilizar os conhecimentos absorvidos durante o programa de MBA e a pontuação no GMAT é um indicativo para saber se você tem as habilidades numéricas, verbais e de pensamento crítico para acompanhar as atividades acadêmicas.

Assim, ter um parâmetro objetivo que ajude a identificar candidatos com capacidade de entender assuntos complexos e colocá-los em prática em situações limite é o que comprovará a utilidade do processo de seleção e do programa em sim para o futuro profissional de quem estude em uma escola de negócios em específico.

Os rankings utilizam as médias do GMAT

Embora a gente sempre diga que Harvard já tem o sucesso que precisa e que o nosso foco deve ser no seu projeto e na busca dos programas que vão melhor servir para a alavancada da sua carreira, uma coisa precisamos ter claro: quanto mais alta a média do GMAT de uma escola, maior se torna o desafio de se conseguir ser aceito nessa escola.

E aqui é preciso atentar para uma questão de estatística. Os rankings levam em consideração a média e não a mediana. Nesse sentido, é preciso esclarecer que acima de 730 pontos (a média geralmente encontrada nos candidatos aprovados a Harvard, Stanford e Wharton) há sim uma diferença, pois um candidato com 770 pontos, nesse caso, ajudaria a elevar a média em 40 pontos enquanto alguém com 740 pontos ajudaria a aumentar em apenas 10 pontos a média.

Voltando ao exemplo do homo economicus, valeria muito mais a pena atrair um candidato com 770 pontos com uma bolsa por mérito do que um candidato com 740 pontos, uma vez que o primeiro, ao fazer a média da escola subir ainda mais, faria com que o fator desafio atraísse ainda mais bons candidatos nos anos seguintes, aumentando o prestígio da escola e a média salarial do seu alumni. Logo, se o programa é capaz de fazer alguém ganhar mais dinheiro, então não seria absurdo que o valor exigido pela escola também aumentasse.

Precisamos lembrar que as escolas de negócio também aplicam a si mesmas os conhecimentos que permitem a seus alunos serem capazes de recuperarem empresas a beira da falência ou ainda construírem os grandes cases de sucesso do mundo empresarial. E saber como aumentar o valor percebido e o ticket médio dos seus pagantes é um ótimo indicativo de que um negócio possa ter de sucesso, incluindo as próprias escolas de negócio.

Agora que ficou mais claro como as escolas de negócio utilizam a média do GMAT para não só atrair bons candidatos, mas também como ferramenta para se provar como um bom negócio, então espero que também esteja clara a necessidade de uma boa consultoria em application, pois se a sua nota foi alta, então um application primoroso é que fará a defesa dos seus principais pontos de modo a demonstrar sua contribuição para o programa vai muito além a aumentar a média do GMAT daquela escola de negócio.

E se sua nota for menor que a média da escola, então um bom application ajudará a convencer o comitê de que o risco de escolher alguém com uma nota menor que a média dos pares mesmo assim não só está apto a acompanhar com excelência todo o programa como também tem distinções prévias na vida acadêmica, profissional e pessoal que são capazes de levar a escola de negócio e a classe que está sendo formada a terem ainda mais sucesso que apenas a nota do GMAT em si.

Por fim, grandes consultorias com KPMG, EY, Deloitte, PWC, Bain e BCG são conhecidas por terem grande afeição por graduados em programas de MBA. E, como elas buscam os melhores profissionais do mercado, então escolas com maiores médias de GMAT tendem a reunir os candidatos com maiores chances de fazerem o trabalho acontecer no nível de excelência que elas buscam. Desse modo, mesmo que indiretamente, uma média maior no GMAT ajuda em termos de colocação profissional.

E sempre há aquele candidato que consegue se sentir confortável estudante para o GMAT e ainda assim consegue ter uma boa nota no exame. Parabéns, se você já consegue identificar que possui bases sólidas para o exame, imagina se você também contasse com um direcionamento profissional?

Atletas de alta performance também ganham muito dinheiro com base no mérito que alcançam ao longo de suas carreiras e não se vê os atletas de ponta dos esportes mais populares pensando em treinar ou competir sem direcionamento.

Talvez a figura desses grandes atletas possa servir de inspiração racional para que alunos com potencial ajam mais próximos da figura do homo economicus e menos do mito da caverna.

Até porque se preparar adequadamente para o GMAT é o caminho mais efetivo na busca pela tão sonhada eficiência que falamos no começo: alcançar a maior nota possível com o menor número de tentativas.